O mercado global de saúde e bem-estar segue em expansão. Tanto marcas D2C (direto ao consumidor) quanto empresas focadas em serviços têm registrado um crescimento expressivo nos últimos anos. Negócios emergentes e consolidados vêm aproveitando o aumento da demanda por aulas virtuais e presenciais, das experiências personalizadas de bem-estar e dos dispositivos inteligentes voltados aos exercícios físicos.
Por outro lado, o aumento do interesse também eleva a concorrência. Produtos e serviços direcionados ao bem-estar precisam se destacar em um mercado cada vez mais disputado, o que significa que você deve se preparar.
A seguir, confira estatísticas e tendências de bem-estar, com exemplos concretos de como se diferenciar em um mercado cada vez mais competitivo.
Mercado de saúde e bem-estar: principais tendências e estatísticas
Uma pesquisa do Global Wellness Institute (GWI) revela que a indústria global de bem-estar movimentou cerca de US$ 5,6 trilhões (o equivalente a R$ 33 trilhões) ao longo de três anos. Entre 2020 e 2022, por exemplo, houve um avanço de 12% em comparação com o triênio anterior. A expectativa agora é que o setor continue crescendo, chegando a US$ 8,5 trilhões (cerca de R$ 50 bilhões) até 2027.
O setor de saúde e bem-estar é uma indústria robusta e multifacetada, composta por diversas subcategorias. Entre as principais áreas que compõem esse mercado, estão:
- Fitness
- Saúde mental
- Nutrição
- Saúde imunológica
- Qualidade do sono
- Saúde física
- Estética e cuidados com a aparência
- Mindfulness
- Saúde da mulher
À medida que o interesse dos consumidores aumenta e o poder de compra cresce, surgem enormes oportunidades para as marcas. Um dos segmentos de produtos líderes é o de vitaminas, minerais e suplementos, que espera alcançar US$ 196 bilhões globalmente até 2028.
O bem-estar virtual também tem ganhado espaço, acompanhando o aumento do uso de smartphones para experiências relacionadas à saúde. Cada vez mais consumidores recorrem a seus dispositivos móveis para participar de atividades de bem-estar e buscar informações sobre o tema.
Além disso, muitos também recorrem às redes sociais e comunidades online em busca de informações sobre saúde. No entanto, o mercado está cada vez mais saturado, o que exige das marcas uma abordagem estratégica quanto ao tipo de conteúdo e à forma como ele é entregue.
Como entrar na onda das tendências de bem-estar
Para garantir o futuro do seu negócio, é fundamental aproveitar as tendências de bem-estar que se alinham com sua marca e seu público-alvo. Investir em experiências digitais e omnichannel que conectem os consumidores em múltiplos pontos de contato também é essencial para se destacar.
No mercado de saúde e bem-estar D2C (direto ao consumidor), algumas tendências relevantes a serem observadas incluem:
- Parcerias estratégicas com influenciadores autênticos, criando conexões genuínas com o público
- Marcas D2C integrando serviços de bem-estar aos seus produtos, proporcionando uma experiência mais completa
- Aumento da demanda por produtos inteligentes, à medida que os consumidores buscam soluções mais tecnológicas para o cuidado pessoal
- Crescimento de aulas de fitness em realidade aumentada, atraindo entusiastas do esporte para novas formas de treinamento
- Crescente popularidade de produtos de cuidados pessoais masculinos, à medida que mais homens buscam melhorar sua rotina de bem-estar
8 tendências de bem-estar para ficar de olho
- Experiências de bem-estar personalizadas
- Parcerias com influenciadores autênticos
- Marcas D2C com serviços integrados
- Equipamentos de exercício inteligentes
- Aplicativos para criar rotinas sólidas
- Ascensão do metaverso do bem-estar
- Aulas de fitness com realidade aumentada
- Cuidados masculinos
1. Experiências de bem-estar personalizadas
As pessoas buscam experiências de saúde e bem-estar cada vez mais personalizadas. No entanto, a preocupação com a privacidade também cresce; muitos consumidores têm receio de compartilhar seus dados pessoais. Segundo uma pesquisa, 56% dizem não confiar em empresas de tecnologia para cuidar de suas informações de saúde.
Para conquistar a confiança do consumidor, marcas de saúde e bem-estar precisam entregar valor real àqueles dispostos a trocar privacidade por experiências personalizadas. Na prática, isso vai além de campanhas segmentadas — envolve desenvolver ofertas exclusivas, pensadas sob medida para as necessidades de cada pessoa.
Um estudo recente conduzido pela Vesta revelou que 58% dos consumidores demonstram alto interesse por suplementos personalizados, com esse número subindo para 71% entre os mais jovens — especialmente Millennials e Geração Z.
Um exemplo é a HUM Nutrition, marca de suplementos que recomenda produtos de forma individualizada. Para isso, os clientes respondem a um questionário rápido com 13 perguntas sobre estilo de vida, alimentação e rotina de exercícios, permitindo uma oferta alinhada às necessidades de cada pessoa.
A partir das respostas individuais fornecidas no questionário, a HUM Nutrition gera recomendações personalizadas de suplementos. A proposta é oferecer produtos com benefícios concretos para a saúde, como fortalecimento do sistema imunológico, apoio ao bem-estar mental e melhora da saúde geral.
Em troca de informações pessoais, como o e-mail do cliente, a marca oferece 50% de desconto na primeira compra, incentivando a experimentação dos produtos recomendados.

Susan Frech, CEO da Vesta, explica que ofertas personalizadas de saúde e bem-estar são frequentemente consideradas a chave para se destacar da concorrência e construir rotinas que durem além da empolgação do Ano Novo.
“Seja você uma marca tradicional ou desafiadora, este é o momento de oferecer produtos e experiências personalizadas que fortaleçam os vínculos com o público e criem uma base sólida de defensores da marca”, explica.
2. Parcerias com influenciadores autênticos
Os influenciadores são parte central da indústria de saúde e bem-estar. No Brasil, 73% dos entrevistados de uma pesquisa sobre comportamento do consumidor afirmam que já adquiriram produtos com base em recomendações ou promoções feitas por influenciadores.
Não se trata de escolher o influenciador ou celebridade com o maior número de seguidores. O público busca autenticidade e conteúdo que reflita experiências reais, com o qual possa se identificar. Para marcas de bem-estar, isso pode significar parcerias com microinfluenciadores (entre 10 mil e 100 mil seguidores) ou até mesmo nanoinfluenciadores (menos de 10 mil).
Muitas vezes, esses criadores produzem conteúdos mais espontâneos e confiáveis do que os endossos altamente produzidos de celebridades. E em qualquer estratégia de marketing de influência, construir confiança é essencial. O público tende a confiar muito mais em quem se parece com ele e compartilha rotinas próximas à sua realidade.
Dados da Lauchmetrics revelam que influenciadores com menor número de seguidores geraram maior valor de impacto na mídia (Media Impact Value — MIV), métrica usada para mensurar o valor monetário gerado por uma marca através de exposições na mídia.
A marca de suplementos Total Life Changes, por exemplo, compartilha posts autênticos criados por microinfluenciadores, que incluem uma breve análise dos produtos.
A HiSmile, loja Shopify do segmento de bem-estar, é outro exemplo de marca que utiliza a estratégia de marketing de influenciadores para alcançar um público global no Instagram. Apostando na venda social e em parcerias estratégicas, a marca saiu de uma ideia concebida na cozinha para se tornar uma referência internacional.
Por exemplo, uma única campanha no Instagram com Conor McGregor gerou um retorno cinco vezes maior sobre o investimento em mídia paga. Com o apoio do popular lutador irlandês, a HiSmile alcançou cerca de 14 milhões de jovens entre 18 e 24 anos, além de registrar um aumento de 90% na base de clientes masculinos.
3. Marcas D2C com serviços integrados
Os serviços representam um segmento em expansão dentro do mercado de bem-estar. Para acompanhar essa tendência, marcas D2C estão apostando cada vez mais em experiências.
A Peloton ampliou seu portfólio ao oferecer assinaturas do aplicativo de fitness, aulas virtuais ao vivo e sessões presenciais — estratégia que permite alcançar consumidores mesmo sem os equipamentos da marca.
A rede de academias CrossFit lançou um serviço de cuidados primários virtuais em parceria com a Wild Health, o Crossfit Precision Care. Por US$ 100 mensais, os assinantes recebem planos de saúde personalizados, desenvolvidos com base em informações genéticas obtidas por meio de um kit de DNA. Além disso, os usuários têm acesso às suas métricas de saúde diretamente na plataforma.
Marcas de bem-estar com uma base de clientes consolidada podem aproveitar a força da marca e a fidelidade do público para expandir seus serviços para o ambiente virtual.
4. Equipamentos de exercício inteligentes
As marcas D2C estão aproveitando a preferência dos consumidores por treinos em casa e preenchendo a lacuna entre as academias e o ambiente doméstico com equipamentos de exercício inteligentes.
Atualmente, Peloton e Mirror, da Lululemon, dominam o mercado de equipamentos de exercício inteligentes.
A aquisição da Mirror, empresa especializada em home fitness, permitiu à Lululemon expandir sua presença digital e complementar seu core business de vestuário esportivo. A iniciativa abriu caminho para que a marca oferecesse mais de 10 mil aulas online, incluindo modalidades como pilates e HIIT. Atualmente, a Lululemon tem a Peloton como grande parceira, oferecendo aos assinantes do Studio All-Access (antigo Mirror) a possibilidade de realizar treinos de alto desempenho sem precisar sair de casa.
Para conectar ainda mais o físico e o digital, a Lululemon também passou a oferecer treinos, orientações nutricionais e práticas de mindfulness em suas lojas.
Algumas marcas oferecem a opção de treinar por meio de um aplicativo móvel com a orientação de um professor, seja em casa ou em qualquer outro lugar. As marcas de fitness inteligentes também adicionam um componente comunitário às atividades físicas — algo que motiva e estimula os usuários.
Esses equipamentos evoluíram para experiências coletivas, permitindo que os consumidores escolham quando e como se exercitar, enquanto se conectam com outras pessoas que compartilham dos mesmos interesses.
5. Aplicativos para criar rotinas sólidas
Quanto mais as pessoas adotam rotinas remotas que dispensam a ida à academia, mais cresce o uso de aplicativos de treino.
Segundo dados da Statista os serviços online de saúde e bem-estar mais adquiridos em 2024 por consumidores nos Estados Unidos foram os aplicativos de treino, ioga e musculação, além dos apps de monitoramento de saúde. Globalmente, entre os aplicativos de saúde e fitness mais baixados na Google Play Store, destacaram-se os focados na contagem de passos e nos treinos para fazer em casa.
Para aproveitar essa tendência, marcas de bem-estar podem considerar como transformar suas ofertas em aplicativos com foco comunitário voltado à saúde. Um exemplo é o Nike Training Club, que apoia a construção de hábitos de treino consistentes por meio de orientações gratuitas de treinadores, atletas e nutricionistas. O app também oferece um amplo catálogo de treinos gratuitos, incluindo ioga restaurativo, HIIT e exercícios de peso corporal.
6. Ascensão do metaverso do bem-estar
Embora o metaverso ainda seja um conceito emergente, os consumidores já buscam maneiras de aprimorar suas rotinas e experiências cotidianas.
O avanço do metaverso do bem-estar deve abrir novas oportunidades para todos os segmentos da crescente economia de bem-estar. Marcas podem explorar esse ambiente digital por meio de experiências como:
- Sessões de mindfulness imersivas
- Aulas de culinária interativas
- Treinos virtuais
- Exercícios gamificados
Por exemplo, aplicativos de fitness em realidade virtual no metaverso, como Supernatural e Beat Saber, combinam músicas animadas, treinos de alta intensidade e orientação virtual para proporcionar uma experiência de exercício imersiva e divertida.
Embora ainda estejam em estágio inicial, essas experiências no metaverso têm potencial para evoluir, especialmente no que diz respeito à usabilidade.
7. Aulas de fitness com realidade aumentada
A realidade aumentada (AR) e a realidade virtual (VR) estão ganhando cada vez mais espaço. Antes vistas como tecnologias futuristas restritas ao universo dos jovens gamers, agora estão ajudando mais pessoas a acessarem exercício em casa.
Com esses recursos, é possível participar de treinos imersivos com realidade aumentada ou até compartilhar o progresso nas redes sociais, ampliando o engajamento com a comunidade.
A AR é especialmente eficaz para engajar entusiastas de fitness mais jovens, como Millennials e Geração Z. Entre os adultos da Geração Z, 48% se exercitam várias vezes por semana, e 24% praticam atividades físicas algumas vezes por mês. Esse alto nível de interesse por exercícios, aliado ao uso intenso das redes sociais, torna esse público particularmente receptivo a experiências de fitness com AR.
Um exemplo é a parceria entre o Snapchat e o aplicativo de rastreamento de atividades Strava, que resultou na criação de uma lente de AR. Com ela, os usuários podem compartilhar atualizações visuais e interativas de seus treinos.
A Strava Activity Lens permite aplicar sobreposições em realidade aumentada diretamente na câmera do Snapchat, utilizando dados do Strava para que os usuários compartilhem seus treinos recentes no Snap Map. Ao tocar na lente do Strava, os usuários podem tirar um Snap ou postar uma história com sobreposições em AR que destacam informações como rota do exercício, ritmo, distância percorrida e outros dados de desempenho físico.
Outras marcas utilizam a realidade aumentada para potencializar a experiência dos usuários durante os treinos. Algumas ferramentas são compatíveis com smartphones, enquanto outras funcionam por meio de óculos inteligentes conectados a aplicativos como o Solo Wearables ou a dispositivos vestíveis com tecnologia AR.
Em 2024, o mercado de vestíveis com AR alcançou 534,6 milhões de unidades vendidas. Esse avanço pode impulsionar significativamente o setor de fitness em realidade aumentada, já que elimina o incômodo de treinar segurando um smartphone. Com o uso de dispositivos AR hands-free, os usuários podem realizar treinos mais seguros e eficientes.
Um dos primeiros exemplos de aplicativo gamificado em realidade aumentada voltado à prática de exercícios é o Zombies, Run. Para incentivar os usuários a correr, o app simula transmissões de rádio com mensagens de pilotos de helicóptero orientando como escapar de um apocalipse zumbi — tornando a experiência mais imersiva e motivadora.
Outros aplicativos de AR seguem caminhos semelhantes, incluindo opções focadas em exercícios de mindfulness que geram visualizações dinâmicas com base no ritmo da respiração dos usuários.
8. Cuidados masculinos
Embora o bem-estar e os cuidados pessoais tenham sido tradicionalmente direcionados às mulheres, há uma demanda crescente por produtos de cuidados pessoais masculinos.
O mercado global de cuidados pessoais masculinos foi avaliado em US$ 70,84 bilhões em 2024 e deve alcançar US$ 74,68 bilhões em 2025.
Há uma grande demanda por produtos específicos como xampu, sabonete, máscaras faciais e esfoliantes. Além disso, um número crescente de homens está comprando seus próprios produtos de cuidados pessoais, em vez de deixar que um parceiro ou membro da família o faça.
A Dr. Squatch é um bom exemplo de marca de cuidados pessoais masculinos que vem aproveitando a crescente demanda do setor. Fundada em 2013, a marca D2C começou como uma loja virtual especializada em barras de sabonete natural. Em novembro de 2022, expandiu seu portfólio com o lançamento de loções corporais e para as mãos naturais, complementando sua linha de produtos capilares e desodorantes.
Para se conectar com seu público-alvo, a Dr. Squatch aposta no humor como ferramenta para educar os homens sobre os benefícios dos cuidados pessoais com produtos naturais.
“Os homens não costumam falar sobre cuidados pessoais da mesma forma que as mulheres; por isso, é essencial encontrar formas únicas de se conectar com esse público”, afirma Josh Friedman, diretor de marketing da Dr. Squatch.
Outra marca que vem ganhando destaque no universo dos cuidados masculinos é a Manscaped, que opera com a Shopify. “Escutando nossos clientes e focando na inovação, seguimos expandindo nosso portfólio para incluir os produtos que os homens realmente desejam e precisam para aprimorar suas rotinas de autocuidado”, afirma Paul Train, fundador e CEO da Manscaped.
Explore as tendências de bem-estar em 2025
O mercado de saúde e bem-estar continua em expansão, sem sinais de desaceleração. Os consumidores devem seguir priorizando o cuidado com a saúde e o bem-estar no próximo ano, o que provavelmente resultará em um aumento nos gastos.
No entanto, o setor de bem-estar está se tornando cada vez mais competitivo, o que exige que as marcas repensem suas estratégias de engajamento para se conectar de forma mais eficaz com seus públicos-alvo.
Foque em aproveitar algumas das principais tendências, como:
- Desenvolver experiências de bem-estar personalizadas
- Criar campanhas autênticas com influenciadores
- Oferecer sessões de fitness virtuais
De acordo com o perfil da sua marca e do seu público, identifique as tendências que mais se conectam com os consumidores e descubra como atender às necessidades deles. Em seguida, incentive-os a se tornarem clientes recorrentes por meio de assinaturas e novas experiências.
Perguntas frequentes sobre tendências de bem-estar
A indústria de saúde e bem-estar está crescendo?
Em 2023, o mercado global de bem-estar alcançou US$ 6,32 trilhões. Até 2028, espera-se que chegue a US$ 8,99 trilhões, o que representa um aumento de aproximadamente 42%.
Quais são as quatro áreas de saúde e bem-estar?
- Bem-estar mental
- Exercício físico
- Qualidade do sono
- Nutrição
Quais são as principais tendências de bem-estar para 2025?
As principais tendências de bem-estar a serem observadas em 2025 incluem:
- Expansão do metaverso do bem-estar
- Crescente adoção de aulas de fitness em AR
- Aumento da adoção de equipamentos de exercício inteligentes
- Popularização do uso de aplicativos para treinos
- Crescimento contínuo dos cuidados pessoais masculinos